Esp8266 ou esp32: saiba como escolher o melhor

Esp8266 ou esp32: saiba como escolher o melhor

No mundo da eletrônica e da IoT, tem dois microcontroladores que acabaram virando queridinhos de quem gosta de colocar a mão na massa. Os dois foram criados pela Espressif Systems e trazem um combo que muita gente queria faz tempo: desempenho bom, conexão sem fio já embutida e preço acessível. Por causa disso, muita coisa mudou, desde casas automatizadas até aqueles gadgets que a gente usa no pulso.

O primeiro modelo apareceu lá em 2014 e já chegou com Wi-Fi integrado, sem precisar comprar módulo extra, como era comum com o Arduino. Isso já fez ele sair na frente no bolso de muita gente. Depois, em 2016, veio a versão mais turbinada, com processador duplo e Bluetooth, pensando em quem precisa de mais potência e recursos.

Dá para programar os dois usando o Arduino IDE, o que facilita bastante a vida de quem está começando ou já tem experiência. O modelo antigo ainda faz bonito em tarefas simples, mas o novo ganhou pontos em segurança e consumo de energia, sem falar nas aplicações mais avançadas.

Na hora de escolher, o que pesa mesmo são três coisas: quanto você quer gastar, o que seu projeto exige e o grau de complexidade. Aqui eu vou te mostrar os detalhes, onde cada um brilha e como eles se encaixam no seu bolso e na sua ideia.

A conexão sem fio mudou tudo na eletrônica dos últimos tempos. A Espressif, que começou na China em 2013, apostou em criar soluções baratas para o pessoal da IoT. Os chips da marca facilitaram a vida de quem só tinha acesso a equipamentos caros, trazendo funções que antes eram exclusivas para profissionais.

Quando os primeiros módulos ESP chegaram, eles já se destacavam por três motivos:

  • Wi-Fi integrado sem custo extra
  • Compatibilidade total com Arduino IDE e outras plataformas conhecidas
  • Preço até 70% mais em conta que as opções da época

Essa receita ajudou muita gente a tirar projetos do papel sem gastar uma fortuna. Enquanto as placas tradicionais precisavam de acessórios extras para conectar à internet, o ESP já vinha pronto para isso, tudo num único chip.

Aqui no Brasil, a galera abraçou rapidinho. Tem vários grupos de desenvolvedores trocando código pronto para:

  • Irrigação automática para plantas
  • Ligar e desligar luzes pelo celular
  • Monitorar o consumo de energia em casa

Com tanta gente usando, surgiram muitos tutoriais em português e bibliotecas específicas. Para saber qual placa escolher, é bom entender o que cada modelo entrega de diferente, porque faz bastante diferença dependendo do projeto.

Esp8266 vs esp32: qual escolher

Na dúvida entre os dois? O segredo está nas características técnicas. O ESP32, por exemplo, tem processador dual core que roda até três vezes mais rápido que o anterior, ótimo para quem precisa fazer várias coisas ao mesmo tempo, como captar dados e trocar informações em tempo real.

Outra diferença importante é o Bluetooth. Com ele, dá para montar redes mesh ou conectar sensores sem fio, ampliando bastante as possibilidades em automação industrial ou até para criar wearables mais inteligentes.

Olha só três pontos que fazem diferença na comparação:

  • Memória RAM: 520KB no ESP32 contra 80KB no mais antigo
  • Sensores internos: só o novo tem temperatura e touch capacitivo
  • Consumo de energia: rodando a 240MHz, o ESP32 gasta 20% mais que o anterior a 80MHz

Se sua ideia é monitoramento ambiental simples ou ligar dispositivos à distância, o modelo antigo ainda segura bem a onda e sai mais barato. Mas se você precisa de mais segurança para os dados ou processamento simultâneo, vale investir na versão nova.

A programação usando Arduino IDE é quase igual nos dois, então, migrar os códigos é tranquilo, só precisa de uns ajustes. Dá até para começar projetos na versão barata e evoluir para a mais avançada depois, caso o projeto cresça.

Diferenças Técnicas e Recursos

O que muda de verdade de um para outro está lá dentro. O processador do ESP32 é dual-core de 32 bits, o que ajuda muito na hora de fazer várias tarefas ao mesmo tempo. O modelo antigo é single-core, mas também de 32 bits. E a diferença na velocidade é gigante: 240MHz contra 80MHz.

Nos pinos GPIO, que servem para conectar sensores e outros componentes, o ESP32 também leva vantagem: são 39 portas contra 17 do antecessor. Isso faz diferença quando o projeto exige mais conexões, sem precisar de mil gambiarra.

  • Wi-Fi bem mais rápido: 150Mbps contra 54Mbps
  • Bluetooth 4.2 e Ethernet só no modelo mais novo
  • 4 interfaces SPI para comunicação serial veloz

Nos sensores internos, o ESP32 também se destaca. Ele já vem com medidor de temperatura, detecção magnética (sensor Hall) e 10 áreas sensíveis ao toque. O ESP8266 não tem nada disso, então limita um pouco quem quer criar projetos interativos.

Na segurança, o ESP32 oferece criptografia AES-256 e algoritmos SHA-2, então dá para proteger melhor os dados. Sobre energia, se rodar na velocidade mais baixa, economiza até 20% em relação ao modo turbo.

Cenários e Aplicações em Projetos

Na prática, a escolha da placa define até onde seu projeto pode ir. Para soluções simples, tipo automação residencial, o modelo antigo faz tudo o que precisa: controla lâmpadas, lê sensores de temperatura e comanda sistemas de irrigação gastando pouca energia. Ele resolve a maioria dos problemas de casa sem pesar no orçamento.

Já o ESP32 brilha nos projetos mais complexos. Por exemplo, sistemas de segurança com vários sensores simultâneos se beneficiam do processador dual core. Ele também tem interface para câmera, então dá para montar monitoramento wireless com imagem em HD. Em lojas, o pessoal usa a triangulação do Wi-Fi para mapear o movimento dos clientes dentro do espaço.

Em ambiente industrial, as aplicações vão para outro nível, como:

  • Controle remoto de máquinas usando Bluetooth e Wi-Fi juntos
  • Redes de sensores espalhados pela fábrica
  • Coleta de dados em tempo real com criptografia

Tem ainda os módulos especializados. Os compactos servem para wearables médicos, e os com LoRa alcançam até 4km em cidades. Para vigilância, tem versão com display integrado que já processa as imagens ali mesmo, sem sobrecarregar a rede.

Na robótica educacional, depende do grau de dificuldade. Projetos acadêmicos básicos funcionam bem com o modelo antigo, mas se for competição ou robô mais avançado, aí o ESP32 é o indicado, principalmente por causa das interfaces para motores e visão computacional.

Vantagens e Desvantagens de Cada Módulo

Tudo vai depender do equilíbrio entre custo e desempenho. O ESP32 é excelente para projetos mais robustos, principalmente por causa do processador dual-core de até 240MHz. Ele aguenta rodar algoritmos de inteligência artificial, processar áudio e ainda sobra fôlego para câmera e sensores touch, o que abre espaço para aplicações modernas em segurança e interfaces sensíveis ao toque.

Por outro lado, gasta cerca de 35% mais energia quando está ativo. Embora a compatibilidade com Arduino IDE seja ponto positivo, às vezes precisa de adaptadores para conectar periféricos diferentes. E recursos como Bluetooth BLE e criptografia AES acabam deixando o custo final até 40% acima do modelo anterior.

O ESP8266, mais em conta, ainda resolve bem a automação básica. Dá para controlar luzes, coletar dados de sensores simples e outras funções do dia a dia. Só que, por ter menos memória RAM, ele não dá conta de várias tarefas ao mesmo tempo.

Para quem está começando, ele é uma ótima porta de entrada para o universo IoT, até porque tem muito tutorial e material disponível nos fóruns. Só que, se o projeto crescer e precisar de funções avançadas, uma hora vai ser necessário migrar para o modelo mais potente, com suporte a redes mesh e interfaces de áudio integradas.

Fonte: https://jornalbahia.com.br/